top of page
Picsart_23-09-14_09-31-26-480.png
InShot_20220301_173144045_edited.jpg

Siga o Portal
nas redes sociais:

  • YouTube - Círculo Branco
  • Twitter - Círculo Branco
  • Instagram - White Circle

PROCURE PELOS SEUS
POSTS FAVORITOS:

______________________

Foto do escritorJuliana Galvão

Chosen One: entrevista a banda Cefa

"Chosen One" é a nova coluna do PMBR onde conversamos e apresentamos

artistas da cena nacional do rock no nosso pequeno espaço dedicado ao Portal!


Entrevista: Eduardo Linhares Redação: Juliana Galvão



Composta por Caio Weber (voz), Gabriel Oliveira (guitarra) e Giovani Ivasco (baixo), a banda Cefa surgiu em 2012 - apesar de outras duas bandas anteriores, fundadas por Caio, já terem sido batizadas com esse nome anteriormente - e retrata, através do rock, temas de saúde mental e da nossa realidade, além dos ideais que sobrepassam os três integrantes.


Vivendo um de seus melhores momentos, com o pré-anúncio de uma pequena turnê e o amadurecimento do grupo exposto no álbum "PRA QUE A REALIDADE NÃO DESTRUA", conversamos com a banda sobre sua história, álbuns, visão do cenário atual e os planos para o ano de 2024.


Ao longo de sua existência, a banda passou por mais de dez formações até encontrar o formato ideal, o que melhor funcionasse para a dinâmica do grupo - e que esperam ser a formação definitiva. Fundada por Caio, uma das antigas formações da Cefa lançou um primeiro EP, o qual Gabe ajudou a produzir e, portanto, já possuia ligação ao processo criativo da banda, entrando oficialmente para a banda em 2017; enquanto Giovani aceitou o convite feito por Caio quando surgiu a necessidade de um baixista - e um baterista - para que pudessem abrir o show do Thrice. Todos tinham seus próprios projetos avulsos e se reuniram definitivamente em 2020. Juntos, em um ano os três já haviam realizado mais de 30 shows com a Cefa.


Para conhecer:

Para você que ainda não conhece a banda Cefa, nós pedimos para que os membros da banda indicassem uma música como cartão de visita - a resposta foi unânime: MEDO. Para o Caio, essa é a música que melhor representa o disco, para o Gabe é a quebra de paradigmas, enquanto Giovani instigou nossa curiosidade dizendo que, talvez, a faixa se conecte com projetos futuros.




Com a saída do antigo baterista, uma das perguntas que ficam é: existe o pensamento de voltar a ter uma bateria envolvida nos processos da banda? E como funciona a dinâmica do grupo?



Gabe: "A gente teve uma vantagem gigantesca por o Caio sempre ter sido - um ótimo - baterista, então no quesito composição a gente não teve tanta necessidade de buscar alguém de fora, ele supriu essa necessidade muito bem, não só para tocar mas em estúdio também, a nível de produção (...) Isso reflete em qualidade para os nossos trabalhos; então, a nível de composição nunca houve a necessidade, mas a nível de show..."


Caio: "Tivemos sorte de bateristas incríveis quererem tocar com a gente. Logo que o Bruno saiu, o primeiro batera que tocou com a gente foi o Peracetta e super casou. E ai, logo depois disso, a gente tocou com o Leandrinho, que inclusive era o baterista que era nossa primeira opção quando convidamos o Gio; e agora também a gente está tocando com o John, que é baterista do Kamaitachi, um dos bateristas mais fodas. E também demos sorte de serem pessoas muito legais, acabamos nos tornando muito amigos. Então, vejo como se estivéssemos na melhor posição sobre ter uma pessoa a menos na banda - o que é bom no sentido de escolhas, de ter menos gente para debater, etc. porque o núcleo criativo de nós três se tornou muito homogêneo.


Caio: "Acho que o coração da banda é nós três, a gente conta com a ajuda desses músicos incríveis ao vivo, que é sempre muito legal e acaba sendo divertido sempre estar mudando. O Gabe fala que a gente tem um relacionamento aberto com bateristas"


Gabe: "A melhor sensação que tem é você olhar pro lado e se sentir apoiado, saber que dá pra confiar na ideia de quem tá do teu lado. Eu acho que a ‘não vontade’ de ter alguém a mais vem desse conforto e dessa dinâmica que a gente criou e aprendeu juntos e transformou nessa base”


Caio: “e também a seriedade com a qual a gente trata tudo, não só no aspecto criativo; A gente tem piadas internas que só os 3 entendem, essas coisas. Enfim, a gente construiu algo que é muito forte. É uma forma muito específica e, às vezes, colocar um elemento a mais... dá medo de mexer”



Enquanto conversávamos sobre a conexão da banda em diversos pontos, todos concordaram que muitas coincidências da vida acabam os unindo ainda mais o que, de certa forma, também reflete nas composições do grupo.



Caio: “Eu escrevo a maioria das letras da banda, mas às vezes eu escrevo coisas que dizem respeito a nós três e isso seria muito difícil de se fazer se a gente não tivesse uma homogeneidade de vida, de visão de mundo, de experiências muito parecidas”


Gabe: "Como ser humano, além de visão artística"


Caio: "E querendo ou não, o que nós fazemos enquanto músicos, os três defendem. Essa admiração mútua um pelo outro, por exemplo, eu sinto que eu tenho os melhores caras do meu lado. Isso dá a sensação de que nós somos indestrutíveis juntos”



Sobre a mudança de abordagem entre o disco "CAOS" e o "PRA QUE A REALIDADE NÃO DESTRUA", eles explicam que o primeiro foi escrito antes da pandemia - os sentimentos internalizados de fora para dentro -, enquanto o mais recente reflete o momento pós-pandemia de retomada da vida à realidade, de dentro para fora; um momento conturbado pela dificuldade de se reencaixar a vida à nova dinâmica e lidar com um tipo de exposição completamente diferente para a banda.



Caio: “É o fato da necessidade de respostas também, porque o 'CAOS' é um disco com muitas respostas, e o 'PRA QUE A REALIDADE NÃO DESTRUA' é um disco de muitas perguntas. É uma coisa de a gente sentar e conversar ‘cara, você não precisar dar a resposta de tudo se você não souber a resposta’. A gente assumiu o papel de alguém que realmente tá vivendo tudo aquilo. O 'CAOS', por exemplo, é o disco de alguém que viveu muitas coisas e está dando o panorama dele sobre tudo aquilo. E o 'PRA QUE A REALIDADE NÃO DESTRUA' é um disco que foi escrito no meio do olho do furacão (ri), onde realmente não se sabia o que ia acontecer, havia muito medo do futuro.” 


Giovani: "E nesse panorama da diferença de um para outro, musicalmente falando, o 'CAOS' foi um disco que depois de 32 shows tocando a mesma formação juntos , nós ficamos duas semanas na chácara tocando as músicas, os arranjos dele foram feitos em cima de uma bateria, um baixo e uma guitarra simultâneos. E o disco na sequência teve uma dinâmica diferente na composição, nós três muitas vezes tocando juntos e adicionando instrumentos"


Gabe: "Sim, e que jogou o Caio para situações de composição do tipo... 'ah, temos vários instrumentais aqui, precisamos de letras", e aí "ferrou! sobre o que eu vou falar?". Foi um processo massa, em todos os aspectos, inclusive nos arranjos, produção dessas músicas e a forma como elas estavam sendo escritas."



Quanto a mudança de estilo entre um projeto e outro, eles garantem que estão sempre abertos às possibilidades e que as músicas da Cefa sejam entendíveis para todos os ouvintes.



Gabe: “Acho que a gente tentou quebrar vários paradigmas estéticos. Há uma necessidade de muita gente que pressiona a gente para produzir um determinado tipo de som e, para a gente, pensamos que podemos ter atitude, presença, punch... mesmo sem ter necessariamente. A gente é tão aberto a possibilidades e as vezes colocam a gente como uma banda Punch, não necessariamente, sendo que as vezes a gente queria experimentar e entender o resultado daquilo ali e muitas outras camadas de informação...” 


Caio: “Complementando: acho que a gente enquanto artista, a gente se sente inclusive instigado a não fazer isso justamente por gerar uma certa expectativa. Acho que tudo que gera essa expectativa acaba sendo muito mais interessante para gente fazer o oposto.” 


Gabe: “Esse processo é muito massa, é construtivo e divertido demais. A gente só ganhou em termos artísticos e de acessibilidade ao nosso som. A gente sempre se preocupou em que nosso som seja acessível a quem ouça, sabe? Que quem ouça não precise descobrir uma série de metáforas para entender o que tá sendo dito e nem tocado, que ela entenda de todas as técnicas de guitarra para ouvir uma guitarra e conseguir processar a música. Nada contra quem faz tudo isso, mas não é o nosso tipo de abordagem” 



Para finalizar, também papeamos quanto ao retorno de tendências no chamado 'Revival do Emo' e a forma como isso afeta o cenário que já estava em construção.



Caio: “Na minha visão pessoal, o revival em si nunca é tão positivo para aquilo que já tá acontecendo, justamente por vir acompanhado de uma nostalgia, de uma memória afetiva, que não necessariamente vai respingar nas bandas novas. Eu, particularmente, não vi isso acontecendo dessa forma. Eu vi, inclusive, muitas bandas que já estavam nesse cenário há um certo tempo batalhando muito e tendo ainda menos espaço - não que seja culpa das bandas que estão voltando, elas tem todo o direito disso e, inclusive, elas construíram esse legado. A gente também é fã dessas bandas. Mas, falando do cenário, eu acho que não contribui necessariamente para dentro do cenário ATUAL ao menos que haja algum envolvimento dessas pessoas com as bandas, como por exemplo, o Lucas (Fresno) que gravou com a gente e com outras bandas. Embora eu acho que no Rock isso aconteçae muito menos que em outros estilos (...)" 


Caio: “Com relação ao cenário em si, acho que nunca tiveram bandas tão legais tocando com tanto profissionalismo assim. Inclusive, eu acho que as bandas de hoje – como Bullet, Odeon, as próprias meninas do The Monic -, tem um cenário de bandas que, a meu ver, são muito mais profissionais, completamente estruturadas, do que as bandas eram antigamente. (...) Fica cada vez mais estreito, a gente tem que fazer cada vez mais esforço para conseguir fazer o mínimo, tudo isso tem a ver com buscar outros caminhos... Porque muitas vezes a gente acaba buscando caminhos parecidos com outras bandas que vieram antes da gente, mas que tinham acesso a coisas que a gente não tem. Eu vejo nossa galera também se articulando de outras formas, buscando outras formas de trabalhar, entendendo que as coisas não vão acontecer igual era lá em 2008, que a gravadora vai chegar e contratar a gente e as coisas vão andar. Talvez o Måneskin é uma das bandas recentes que mais conseguiu furar essa bolha, mas é muito difícil você pegar uma banda de Rock que conseguiu estourar mundialmente e que não tenha surgido lá nos anos 90. Tipo, existem algumas, mas são muito poucas."


Gabe: “Eu acho que, inclusive, o revival de muita coisa grande, demonstra novamente o excesso de estrutura para algumas bandas e a falta de estrutura para outras. E essa falta de estrutura que as bandas menores já estão acostumadas há anos – a gente existe independente de revival ou não, vamos dizer assim.” 


Giovani: “Muitas das vezes essa galera que fomenta o revival também é uma galera que não é tão conectada de fato com o que se chama de cena, né. São pessoas que foram pegar num momento X lá e pela nostalgia – e tanto é que muitas vezes pessoas que não conhecem tanto da cena acabam desconhecendo bandas daquela época, que as vezes o cara escreveu um hit que você ouve até hoje, mas você nem conhece a banda dele e é capaz de achar que não tem nada a ver. Às vezes é uma pessoa desconectada, ela não sabe quais são as raízes do negócio - ela de fato gosta da banda X ou Y mas não vai muito longe disso."


Gabe: Uma coisa bem legal de pontuar aqui é que tipo assim, muitas festas emo, muita galera que faz parte do revival – no sentindo de quem produz – deu oportunidade para muitas bandas atuais fazerem shows fodas, aconteceu da gente tocar em eventos Emo né, foi bem legal, e muitas outras bandas. Muita gente do meio tem essa visão de 'Oh, existe uma coisa agora e existia uma coisa há 10 ou 15 anos atrás, vamos trazer tudo isso junto e fazer uma coisa fortíssima'.” 


Gabe: “Acho que tem colocações aqui que são sobre COMO as coisas são feitas, e não sobre QUEM fez. É sobre filtrar a parte boa e a parte ruim de tudo, tudo tem várias facetas.” 



 


Quanto a programação de shows, a ideia se desenvolveu durante os últimos anos e, juntos, chegaram a decisão de diminuir a quantidade de shows para que fosse possível focar em shows mais legais, a fim de incrementar a experiência do público.


A Cefa se prepara para encontrar os admiradores da banda em turnê, com duas datas anunciadas até o momento:


  • 02/03 - Campinas, SP @ Brasuca (com Zander e Ciça Moreira)

  • 03/03 - Rio de Janeiro, RJ @ La Esquina (com Zander e Meu Funeral)




Ouça o álbum "PRA QUE A REALIDADE NÃO DESTRUA":



212 visualizações6 comentários

Posts recentes

Ver tudo

6 Comments


Que matéria mais lindaaaaa!

Essa banda realmente é MUITO boa e tive a grande sorte de receber indicações dela, tô ansiosa por março, para enfim poder ir a um show deles! 💜

Like
Replying to

Vai ser inesquecível, pode ter certeza! 🤍

Like

Muito boa a entrevista!!!! Adorei!!!!

Like
Replying to

🤍

Like

gab
gab
Feb 16

Cefa foi meu abrigo durante a pandemia e foi também eles que seguraram minha mão pra "fora dela". Me ajudaram/ajudam sempre, mesmo que indiretamente. Merecem o mundo inteiro e mais um pouco.


Obrigado por essa matéria incrível.

Edited
Like
Replying to

Eles são de e passam uma força imensurável, merecem mesmo. Muito obrigado! 🤍

Like
bottom of page