Chosen One: entrevista ao The Mönic
"Chosen One" é a nova coluna do PMBR onde conversamos e apresentamos
artistas da cena nacional do rock no nosso pequeno espaço dedicado ao Portal!
Na semana passada, o Portal Måneskin Brasil foi convidado ao festival NÃO TEM BANDA COM MINA em parceria com O ROCK É DE TODXS, festival de bandas autorais de rock.
O festival contou com a energia e força da potência do vocal da Mc Thaya, contou também com a leveza da voz e energia jovem da banda Swave. Em seguida, tivemos a agitação vibrante com o visual glam-rock do Venera Vai Venus, a performance de força cósmica da banda Vina e fechamos a noite com a banda que nos convidou ao festival, The Mönic.
The Mönic é uma banda composta por Ale Labelle (guitarra e voz), Dani Buarque (guitarra e voz), Joan Bedin (baixo e voz) – integrantes da formação original da banda – e Thiago Coiote (bateria e voz). A banda demonstra total desenvoltura no palco com um carisma sem igual e músicas que mexem com todos os nossos sentidos, deixando até os mais quietinhos com os pés balançando de toda a energia que se passa ao ouví-los tocar.
O grupo também é fundador do festival NÃO TEM BANDA COM MINA, a qual dedica esse espaço especialmente para as bandas com diversidades de gênero. Em um bate-papo rápido com a guitarrista e vocalista Dani Buarque conseguimos nos conectar e entender toda esse universo por de trás do festival - e ainda sentir a energia desses grandes artistas que formam essa banda espetacular.
Dani esbanjou simpatia durante toda a entrevista, enquanto os outros integrantes atendiam ao público com o mesmo vigor.
Como surgiu a banda e de quem foi a ideia?
Dani: "Na verdade eu e as meninas tocávamos em outra banda chamada BBGG, e com o final dela - que foi em 2017... na verdade, o baterista saiu e a maioria das músicas eram dele. A gente falou "Mano, vamos montar uma coisa do zero, não usar mais essas músicas, fazer um bagulho das mina mesmo". E aí entrou uma outra batera (Dani) que ficou até ano retrasado, e aí a gente lançou nosso primeiro disco, só que era inglês.
Aí quando a Dani saiu e o Coiote entrou, a gente falou "vamos escrever só em português", porque a gente queria, tipo que todo mundo entendesse e nos comunicar mais com a galera. É mais fácil escrever em inglês, mas é muito mais daora quando você consegue "fazer um barulho" em português e se comunicar com todo mundo. Então, resumindo, é isso, nós três já tocamos juntas há uns 7 anos e o coiote entrou faz três ou dois anos."
Como surgiu a ideia do Festival?
Dani: "Foi uma metamorfose no começo da BBGG a gente não era chamada para tocar em lugar nenhum, era só aquele clube de homens brancos e héteros em todos os lugares, só tinha isso. A gente falou "vamos criar uma festa nossa", que chamava surdina, pra gente tocar. A gente só queria um espaço pra tocar.
E aí acabou que essa festa começou a vir um monte de gente fora da cidade querer tocar na nossa festa, e aí a gente começou a ser convidada como uma troca: íamos tocar nos lugares, as bandas vinham pra cá, tocava na nossa festa e a gente ia pra lá, e fomos nos envolvendo em produção de eventos. Aí foi com a The Mönic que a gente decidiu fazer um bagulho só das mina, porque antes não era... era aberto. A gente sempre tentou colocar mais mulheres, mas não tinha essa temática exata.
A gente falou "vamos fazer um bagulho só das mina, mas não só mina cis: mina trans, envolver todo mundo." E aí pra esse nosso festival a gente chamou outra festa, que é "O ROCK É DE TODXS" para poder ter, por exemplo, mais homem gay, ter tipo... todo o rolê, a diversidade maior."
The Mönic, uma banda com meninas com carinhas tão angelicais... por que este nome?
Dani: "A gente é muito provocadora, sarrista, então é... é uma provocação. Eu lembro que quando a gente estava pensando no nome, a ex-batera (Dani) falou, comentou com o tio dela que era super-religioso e aí ele... "Dani não faz isso... não faz isso" e ai a gente "Então é isso, esse vai ser o nome... se tem alguém irritado, é esse!". E foi assim que que surgiu, é mais um trocadilho."
Pra finalizar, o que você acha desse novo público, essa novas bandas que estão surgindo? O que espera para esse festival daqui para frente?
Dani: "Hoje tocou (artistas de) todas as faixas etárias, né? Tinha uma banda muito nova, no Venere Vai Vênus a Lua tem 16 anos... ela é um gênio, é incrível. Então, ver essa galera nova tocando é muito inspirador. Você vê que tipo... a cena está ai e está vivona... sempre esteve, né? E a gente se apoia, vai tocando junto e é só felicidade assim... a gente tá cada vez mais junto, fazendo mais rolê coletivo.
Nossa ideia é crescer cada vez mais... trazer mais mina pro palco. A gente não acha daora ser sempre as únicas mulheres do line-up, a gente já tocou em lugares grandes... tipo com Planet Hemp, CPM, e não sei o que... e que nós éramos as únicas mulheres. Então, pra gente não basta.
A ideia do Festival "NÃO TEM BANDA COM MINA" é maior que a The Mönic: a gente quer que tenha a porra toda (risos)."
É incrível para o Portal Måneskin estar presente em um evento tão especial como esse, impulsionando bandas que compartilham do mesmo espírito autêntico do Måneskin, que se conecta de maneira única com o propósito do festival "Não Tem Banda com Mina", celebrando todas as formas de expressão.
Acreditamos na importância de dar voz a diferentes perspectivas e experiências, assim como o festival promove. Essa sinergia fortalece a cena musical, e é gratificante ver como o evento é um espaço inclusivo para todos os gêneros.
Ficamos encantados em fazer a cobertura desse evento, e este é apenas o primeiro de muitos que virão. Com esta cobertura, inauguramos o "Chosen One", uma iniciativa dedicada a apoiar bandas alternativas que compartilham sinergia com nossa página, contribuindo para o crescimento contínuo do rock. O PMBR está empolgado em fazer parte desse movimento!
Você pode ouvir a entrevista na íntegra abaixo:
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