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Foto do escritorJuliana Galvão

Victoria de Angelis: "Que raiva das etiquetas!" (ELLE - 03/2021)



"Uma mulher forte e potente é um bom sinal, mas acredito que exista espaço e beleza em todo estado de ânimo ou condição"

Victoria de Angelis

"Que raiva das etiquetas"


Os únicos filtros contemplados por Victoria são as tarjas pretas sobre os palavrões de 'ZITTI E BUONI', a música graças a qual o Måneskin venceu o Festival de Sanremo: o regulamento de confiança do Eurovision Song Contest, onde a banda representará a Itália no dia 22 de maio, impõe que eles sejam trocados.


Victoria ri e descarta com uma jogada de ombros: ela deu o seu melhor no golpe quente do palco de Sanremo, acolhendo o prêmio com um colorido buquê de sacramentos. Tudo ao seu redor, desde o rastro lisérgico que se espalha no palco balançando abraçada no baixo, até a inquestionável feminilidade que ela espalha sobre uma banda de homens que fizeram da fluidez uma bandeira, até o ar educado com que ela leva a liderança do grupo quando o seu magnético frontman abaixa o microfone, parece feito à sua maneira: sem frescuras, autêntico.


As convenções, ela explica, têm sido desconfortáveis ​​para ela desde que ela era criança:


"Os estereótipos fazem com que nos sintamos errados, quando eu era pequena eu ficava com muita raiva. Agora sou mais serena, talvez seja porque eu aprendi a me rodear de pessoas com a cabeça aberta"



A filosofia fluida do Måneskin é um convite a embaralhar as cartas.


V: clichês desequilibrados, especialmente sobre gênero, podem ajudar pessoas frágeis a se sentirem compreendidas e outras a ampliar suas perspectivas.



Quando criança, o que te incomodava?


V: Eu sofria com certas distinções rígidas entre garotos e garotas: então, com seis anos eu já tinha aversão a "coisas de menina" e andava de skate, deixava o cabelo curtinho e me vestia "de menino". Não usava saias, mas não porque eu não gostasse, mas para reclamar a chance de ser eu mesma. O Rock encarnou aquele impulso de liberdade.



Uma baixista deve ter uma alma um pouco subversiva...


V: Quem inspirou o meu imaginário foi Kim Gordon do Sonic Youth: naqueles anos o rock era um mundo masculino, ela nunca se importou e mandou para os ares todos os estereótipos de beleza. No seu jeito de se comportar no palco havia algo agressivo, grosseiro, porém que conquistou milhares de pessoas através do seu instrumento.



Vocês tem vinte anos, um novo álbum que conta com 100 milhões de streamings e uma turnê inteiramente esgotada. É muita pressão?


V: Antes eu ficava assustada com os trabalhos que me levavam para muito longe de casa e dos meus amigos, da rotina e do senso de responsabilidade... me deixava ansiosa pensar que tantas pessoas contavam com a gente. Agora sei controlar melhor essa ansiedade, até porque esse tipo de vida me proporciona o que eu sempre sonhei: a independência.



Dizem que a liderança do grupo, nos bastidores, é sua.


V: Cada um tem a sua função, mas nós também trocamos, não somos competitivos entre nós. Quer dizer, eu sou sim, mas apenas nos jogos de tabuleiro: para ganhar neles, eu até trapaceio.



Strong in the new pretty: você concorda com esse slogan? ("forte é o novo bonito")


V: Há quem veja em uma mulher forte ou poderosa uma espécie de redenção, a resposta para uma ideia frágil de feminilidade, mas essa alternativa tem mesmo que ser o contrário? Uma mulher forte é um bom sinal, mas acredito que exista espaço e beleza em todo estado de ânimo ou condição.



Você gosta de si?


V: Estou trabalhando nisso, tenho meus momentos assim como todo adolescente. Houve um tempo em que eu era mais insegura. Maquiagem e roupas me ajudam a me sentir melhor comigo mesma, mais bonita, mas tem momentos em que eu só gostaria de estar de macacão o tempo inteiro. Nesses casos, tento me dar força lembrando que ainda posso ter um ótimo dia se estiver sem maquiagem e com os cabelos bagunçados.



Sem precisar de máscaras?


V: Considero-me uma pessoa transparente, à vontade com todas as minhas arestas. Eu os uso no palco (maquiagem e figurinos), assim como as luzes e o palco ajudam a criar um imaginário: trabalhamos duro para isso.



E por trás da máscara, não há nenhuma rachadura?


V: Eu aprendi a não esconder as coisas que mais me fazem sofrer.



Quais são?


V: Ataques de pânico. Eu era uma menina despreocupada, aos 14 anos eu não queria mais sair de casa e perdi um ano de escola. Havia algo quebrado em mim e eu não sabia como consertar. Antes eu sentia vergonha, mas agora não tenho mais necessidade de escondê-lo.



Como fez para sair dessa situação?


V: Graças a terapia, a família e aos meus amigos, mas obviamente é sozinho que você aprende a lidar com certos abismos.



A música também te ajudou?


V: Claro. Somos um grupo, somos amigos, vivemos tudo juntos. Mas ainda somos quatro pessoas diferentes: cada um de nós tem medos e ambições completamente suas. Considero esses objetivos, tanto profissionais quanto pessoais, antes de tudo meus: sonhei com eles desde pequena.



Como você se imagina daqui a 20 anos?


V: Socorro... sendo uma baixista melhor?




 

Tradução: Juliana Galvão | Portal Måneskin Brasil © 2022

Original: Ilaria Solari | Elle Italia © 2022



Todos os direitos reservados a ELLE Italia

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